sábado, 4 de fevereiro de 2017

Fator lanudo



   Em uma criação de coelhos de raças puras, de pelo normal, Chinchila ou Nova Zelândia, por exemplo, começam a nascer coelhos de pelos longos, tipo "angorá". São coelhos que não interessam ao criador, além de fugirem aos padrões das raças a que pertencem, sua pele não tem valor comercial.


   É necessário evitar o aparecimento dessa anomalia nas criações, o que é relativamente fácil, desde que o criador saiba que o pelo longo é transmitido de pais para filhos, isto é, é um fator hereditário. O aparecimento de coelhos lanudos, portanto, não depende da alimentação, estado de saúde dos reprodutores, das instalações, da época do ano, manejo, etc.

   Acasalando-se coelhos lanudos com coelhos de pelo normal, todas as crias saem de pelo normal, mas com o fator "lanudo", que pode ser por eles transmitido a seus descendentes (fator recessivo). O Caráter recessivo "lanudo" é neutralizado pelo caráter "pelo normal", que é dominante. Se forem cruzados coelhos de filhos de pais descendentes de um cruzamento lanudo e normal (irmão e irmã), a quarta parte dos descendentes sai com pelo lanudo, transmitindo esse caráter a seus descendentes. Outro quarto será livre desse fator e, portanto, não pode transmiti-lo. A metade restante será de pelo normal, mas possuirá o fator lanudo e poderá produzir filhos de pelo normal ou lanudos.

   Assim sendo, temos os seguintes casos em que poderá aparecer o pelo lanudo em uma criação de coelhos de pelos normais:

  1. Quando os pais têm pelo lanudo, todos os filhos nascem de pelo longo.
  2. Quando o pai e a mãe têm pelo normal, mas possuem o gene do fator lanudo, 1/4 das crias terá pelo lanudo e 3/4 pelo normal.
  3. Quando um dos pais tem pelo longo e o outro pelo normal, mas possuindo o gene do fator lanudo, metade dos filhos sai com pelos longos e metade com pelos normais.
  4. Quando um coelho de pelo normal é acasalado com outro de pelo normal, todos os filhotes saem com pelo normal, mas existe a possibilidade de 50% de nascerem com o gene recessivo do fator lanudo. 

   Portanto, para evitar o aparecimento de animais de pelo lanudo em uma criação de raças de pelo normal, é preciso, em primeiro lugar, que o criador identifique os animais que não possuam o fator lanudo e os utilize na reprodução. Para verificar com segurança se um coelho de pelo normal possui o fator lanudo, basta acasalá-lo com um animal que possua o pelo longo. Se todas as crias nascerem com pelo normal, é um bom sinal de que o animal testado não possui o fator lanudo. Para maior garantia, porém, é necessário que se obtenha um maior número de crias, em 2, 3 ou mais parições, pois ficará provado que o animal em questão não possui o gene lanudo e, portanto, só produzira coelhos de pelo normal.

   Pelas razões expostas, podemos concluir que o mais indicado e o melhor para qualquer criador é manter um registro genealógico preciso de seus animais. Desta forma, fica muito mais fácil detectar possíveis inserções de animais com o fator lanudo na criação e, com isso, tirá-los do processo reprodutivo.

CPT - Centro de Produções Técnicas

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