domingo, 10 de janeiro de 2016

Diário dos láparos



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1° dia: Iniciam mamando o colostro até o 4° dia de vida. A matriz os alimentam uma única vez ao dia, sendo que cada mamada dura entre 03 e 05 minutos, assim, para determinar a produção de leite de uma coelha, basta os pesar antes de mamarem e depois da mamada diária. As mamas do abdômen são mais produtivas do que as do tórax. Podem ingerir até 25% do seu peso vivo. Os recém nascidos possuem locomoção limitada.e são desprovidos tanto de audição como de visão, no entanto, o olfato é muito bem desenvolvido, inclusive, orientam-se de forma bastante eficiente por estímulos táteis e odores do corpo materno, sendo dessa maneira que localizam os mamilos. A capacidade sensitiva e motora incluem as atividades no ninho. Nos primeiros minutos após a fêmea deixa-los, os filhotes urinam e se dispersam, tentando cavar o material que se encontram. Uma vez cobertos por estes materiais isolantes, os filhotes se reúnem novamente durante várias horas, numa desordem lenta na profundidade do ninho, permitindo a correta regulação da temperatura corporal de cada um. O crescimento das grandes e médias ninhadas é mais elevada do que das pequenas.



2° dia: Uma ou duas horas antes da próxima alimentação, os filhotes ficam inquietos. A fêmea retorna ao ninho um dia depois para amamenta-los novamente e, em seguida, deixa o ninho, bloqueando sua entrada, caso isso seja possível. Os láparos não selecionam um ou dois mamilos preferenciais, mas mudam com frequência durante a amamentação, havendo muita competição na mamada. A ingestão do leite é bastante variável entre os filhotes, devido às diferentes capacidades sensoriais e motoras de cada um, além da concorrência e da disponibilidade de leite no momento da mamada. Neste período de desenvolvimento, os filhotes não tem muitas habilidades mastigatórias. Ainda tomam colostro.

3° dia: Começam a mordiscar as matérias fecais excretadas por eles, que constituirão seu primeiro contato com compostos sólidos. A troca de láparos é recomendada até esta idade, pois eles ainda apresentam grande apetite para o leite de qualquer coelha e a mãe não os reconhecem integralmente por associação entre visão e olfato. Passando dessa data, o nível de dificuldade em confundir a matriz torna-se muito alto, podendo ela rejeitar o filhote, matando de fome ou devorando. Uma dica seria colocar um pouco de perfume natural pouco acima do fucinho da coelha no momento da troca de filhotes, para diminuir a taxa de rejeição.

4° dia: Estabelece os primeiros contatos com as fezes duras da mãe que poderão ajuda-los a manter uma microbiota desejável, que será importante para eles após o desmame completo.

7° dia: Os filhotes começam a ouvir, mas ainda permanecem no ninho. Já nasceram todos seus pelos.

10° dia: Seus olhos começam a se abrir e podem manipular alguns alimentos sólidos encontrados
eventualmente no ninho. Depois que a visão surge, iniciam caminhadas dentro do ninho pela curiosidade.

15° dia: Primeiras tentativas de deixar o ninho e ingerir os alimentos sólidos que a mãe consome (instinto).

16° dia: Até essa idade a ingestão de carboidratos é quase nula, no entanto, as proteínas e as gorduras do leite continuam a ser a principal fonte de energia até o desmame. A disponibilidade de leite é um fator que regulará a ingestão de alimentos sólidos antes da desmama. Se há poucos filhotes ou a produção de leite é grande, o início de alimentação sólida pode ser adiada por 02 a 04 dias, atrasando o desmame.

17° dia: Começam a comer, gradativamente, grande quantidades de alimentos sólidos pela capacidade de deixarem o ninho e reproduzir alguns hábitos da mãe. São submetidos a um período de rápido desenvolvimento a partir de uma dieta quase exclusiva de leite, para uma dieta de origem vegetal. Até os láparos conseguirem deixar o ninho por completo, a iniciativa de amamentar é exclusivamente da fêmea. Após saírem por completo do ninho, eles preferem comer no alimentador da mãe em vez de um alimentador próprio para eles na gaiola, por imitarem ela na escolha do local de alimentação ou do tipo de alimento.

18° dia: A capacidade digestiva dos filhotes deve acompanhar rapidamente a mudança do perfil nutricional, pois o leite é abundante em lipídios e proteínas, já dos alimentos peletizados de origem vegetal são ricos em carboidratos e pobres em lipídeos.

20° dia: A produção de leite da mãe chega ao seu pico máximo, decrescendo daí por diante. O consumo individual que antes era de 5-10g/dia após o nascimento, atinge um pico de 30g/dia.

21° dia: Têm-se início um dos fenômenos mais importantes e específico dos coelhos, a cecotrofia. Estudos sugerem que a cecotrofia inicia entre 21 e 25 dias de vida, quando a ingestão dos alimentos secos é suficientemente significativa para encher o intestino grosso. Em criações comerciais, pelo fato dos filhotes já terem abandonado o ninho e conseguirem localizar facilmente a mãe pela visão, retira-se a caixa/ninho, até mesmo para aumentar a área de espaço da matriz, quando a caixa/ninho localiza-se internamente à gaiola e não externamente. Daqui por diante eles aumentarão, progressivamente, o consumo de alimentos sólidos e de água, até o desmame completo.

22° dia: Os sentidos sensoriais deles encontram-se com excelentes propriedades funcionais, compatível aos próximos desafios como manter certa ordem hierárquica e ganhar espaço no momento da alimentação.
25° dia: o nível de proteínas vegetais consumidas pela ração atinge o nível de proteínas do leite na dieta. Dentro de poucos dias, os outros nutrientes da dieta vegetal ultrapassarão a dieta láctea e o láparo poderá desmamar. Caso contrário, os lipídios do leite serão os principais fornecedores de energia, atrasando o desmame. É importante saber isso porque a ingestão aumenta radicalmente a partir dessa idade, chegando a 40-50 g/dia. Em menos de quatro semanas o peso dos láparos chega a aumentar até doze vezes!
30° dia: O período de lactação está chegando ou já chegou ao fim. Os filhotes já estão adaptados à ração e ao volumoso, ingerindo quantidade suficiente para o seu crescimento e desenvolvimento.

Veja também:

CPT - Centro de Produções Técnicas

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